Com o plenário lotado, ao som de “olé, olá, Dilma”, a presidenta da República afastada, Dilma Rousseff, foi recepcionada na Assembleia Legislativa da Bahia nesta quinta-feira (16/06), onde recebeu título de cidadã baiana, durante sessão especial. Esta foi a primeira vez que ela veio depois do seu afastamento, ocorrido em abril, e se disse muito orgulhosa em se tornar uma cidadã baiana, pois aqui foi onde nasceu e se criou o Brasil.
“Vir aqui me alegra muito. Sempre levei daqui energia para a vida. A Bahia atrai todos os brasileiros não só pela diversidade cultural e tradições. Mas, por ser a representação da alma brasileira”. Segundo a presidente, a Bahia e o Nordeste são fundamentais para o desenvolvimento do país. “É uma terra aguerrida, marcada pelas lutas pela independência e soberania do Brasil”, lembrou.
Dilma disse ainda que a sua vinda reforça o compromisso de transformar o país, pois foi onde ela encontrou força política, junto com Jaques Wagner e o governador Rui Costa, para vencer desafios nacionais. E citou como exemplo de avanços promovidos no estado pela parceira a Via Expressa Bahia de Todos os Santos e a concretização do metrô. A presidente falou também do risco da extinção de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, por conta das ações do governo provisório, e da necessidade de combater este golpe, tão prejudicial para os brasileiros.
Finalizando, Dilma disse que continuará defendendo cada um dos 54 milhões e meio de votos que obteve em 2014, principalmente os da Bahia, que garantiram a sua reeleição. Proponente do título, o deputado Rosemberg Pinto, líder do PT na Casa, destacou que a expressiva votação da Bahia, nas duas eleições, foi porque a população baiana sempre acreditou que ela seria capaz de dar continuidade ao projeto de desenvolvimento do país, iniciado em 2003.
Após o recebimento do título, Dilma foi ao estacionamento da Alba, onde falou para o povo que não conseguiu acesso ao plenário da Casa. Para ela, o golpe se deu por três razões. A primeira foi para esconder o que já não pode mais ser escondido, pois veio às claras através da divulgação de conversas, a exemplo das do senador Romero Jucá. A segunda é por que eles querem retirar direitos do povo. Mas, não podem fazer isso disputando eleição, pois são o ‘grupo dos sem voto’. E a última é a questão machista. “Eles acham que mulher tem que ser coitadinha. Mas, a gente não é. Fui eleita a primeira presidenta da República e abri o caminho para cada mulher deste país”.
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